terça-feira, 6 de abril de 2010

R$ 200 bilhões no fim do arco-íris

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Formado por 18 milhões de brasileiros, público consumidor gay que o IBGE vai, enfim, retratar faz empresários abandonarem o conservadorismo para lucrar alto

POR ALINE SALGADO

Rio - Antes invisível para a sociedade civil e o mundo dos negócios, o público gay e simpatizante (GLS) vem superando as barreiras do conservadorismo e ganhando a atenção de empresários e do poder público. Este ano, enfim, o Brasil terá a real noção de quanto da população é formada por casais homossexuais. O Censo 2010, coordenado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), pretende mapear a diversidade presente no País — até o último levantamento, estimava-se que eram 18 milhões.

Mais refinado no consumo, exigente e com alto poder aquisitivo, o público gay é responsável por cerca de 20% do crescimento econômico brasileiro. Estudos da Associação de Empresários GLS do Brasil apontam ainda que aproximadamente R$ 200 bilhões são injetados por essa parcela dos consumidores no mercado nacional anualmente. No Rio de Janeiro, só as paradas gays já movimentaram R$ 145 milhões.

Turismo, lazer, moda, beleza. O chamado “Pink Money” está em todos os segmentos e começa atrair empresários ávidos por lucrar. Mas, apesar das potencialidades, o investimento das empresas brasileiras nesse mercado ainda é tímido.

Ou, segundo define Franco Reinaudo — autor do livro ‘O mercado GLS’ e chefe da Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual da Prefeitura da Cidade de São Paulo — é ainda um segmento “incompreendido pelos homens de negócio do nosso País”.

“Pesquisas indicam que 10% da população são homossexuais. Mas há ainda os 20% a 30% que se identificam com o público gay, como os bissexuais e os agregados, filhos e parentes. É um mercado gigantesco, que gera em torno de R$ 200 bilhões por ano. Mas não é necessariamente um setor reconhecido fisicamente”, afirma. Segundo Franco Reinaudo, faltam investimentos no preparo e em pesquisas que revelem melhor esse segmento, além dos estereótipos.

“O grande erro dos empresários é tentar traduzir pesquisas de mercado hétero para as questões homo. É um público bem diversificado, com padrões socioeconômicos diferentes que só tem em comum a orientação sexual, mas que privilegia não só a qualidade do produto ou serviço, como também a postura da empresa”, explica o especialista.

Ana Quaresma viu no segmento GLS uma boa oportunidade de negócios. Há um ano, lançou uma loja de roupas voltada exclusivamente para o público gay. “Foram mais de 10 meses trabalhando no conceito da marca, que teve inspiração na Califórnia” conta a empresária, que é heterossexual.

Turismo GLS deve crescer 9% mais que o hétero

Pioneiro, o setor de turismo e hotelaria vem se esforçando para se adaptar à nova demanda. Estudos da Abav/SP (Associação Brasileira de Viagens de São Paulo) mostram que o turismo GLS cresce mais que o segmento tradicional. Para este ano, a expectativa é que o setor alavanque em 34% as atividades em todo o País — 9% acima do convencional.

“Bons serviços, preço e qualidade. São os principais quesitos buscados pelo público GLS. E o setor, por seguir tendências internacionais, é um dos mais desenvolvidos”, afirma Clovis Casemiro, ex-presidente da Associação Internacional de Turismo GLS.

ACEITAÇÃO E TOLERÂNCIA NO CONSUMO
FÁBIO MARIANO, professor da ESPM

Professor da Pós-Graduação em Ciências do Consumo Aplicadas da ESPM/SP, Fábio Mariano acredita que o mito do consumidor gay associado ao consumo de luxo contribuiu para a maior tolerância, por parte da sociedade, do grupo GLS. Mas a aceitação da diversidade ainda é obstáculo a ser vencido na democracia brasileira.

1. Qual é o perfil do consumidor gay e quais sãos as potencialidades do setor?
Realmente, eles possuem um poder de compra maior ou equiparado ao dos casais convencionais. Mas o que os empresários esquecem é que há tons diferentes dentro desse arco-íris. Existe uma diversidade de tipos de consumidores nesse mercado crescente.

2. O Brasil ainda enfrenta entraves para o desenvolvimento do mercado GLS?
O mercado para o público gay é mais evoluído e organizado nos países em que, de fato, há o reconhecimento da cidadania, do direito do homossexual. Se há ainda direitos não reconhecidos, como a pessoa vai entrar em uma loja que é gay? Há ainda o medo do preconceito por parte dos empresários de se posicionarem como simpatizantes. Além disso, falta pensar e desenvolver produtos, serviços e propagandas adaptados a esse público.

Fonte: O Dia
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Direitos humanos para todos e todas

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A TARDE - Opinião - Página 2

Direitos humanos para todos e todas

Marta Rodrigues
Vereadora de Salvador, líder da bancada do PT
martarodrigues@ cms.ba.gov. br

O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) é uma conquista do povo brasileiro. As propostas aprovadas resultam de uma ampla discussão durante a 11ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, entre outras conferências promovidas pelo poder público para o diálogo entre sujeitos governamentais e sociedade brasileira.

São espaços conquistados de participação e exercício da democracia, frutos de muitas lutas. Apenas quem vivenciou esse processo e viu seus resultados compreende o valor e a importância do PNDH 3.

Nas palavras sábias de Leonardo Boff, tem-se que trabalhar certa mística para quem se compromete com os direitos humanos.

“Ele é uma das poucas fontes portadoras de sonhos e utopias. E hoje não é a luta por ideologias ou ideias, mas aquele que tiver o melhor sonho, de uma sociedade minimamente integrada e respeitosa”, assinala o teólogo brasileiro, que conclui: “Quem está lutando por isso é como quem está guardando o óleo daquela lamparina, porque se ela se apaga, o que há de mais grandioso e digno do ser humano também se apaga”.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 introduz a concepção contemporânea de direitos humanos, marcada pela universalidade e indivisibilidade. Há 62 anos os estados integrantes da ordem internacional do pós-guerra lançavam-se ao desafio de construir um código universal. Este código nascia como resposta às atrocidades e horrores cometidos durante o nazismo, período marcado pelo terror e pela lógica da destruição, na qual as pessoas eram consideradas descartáveis.

Independentemente da discussão teológica, filosófica sobre a pessoa e a natureza humana, a defesa dos direitos humanos torna-se ainda mais importante ao considerarmos que nossa sociedade está carregada de preconceitos e nós sabemos que a tortura, a repressão política, as diversas formas de violência física e simbólica vão de encontro ao que podemos considerar como respeito ao homem e à mulher.

Filósofo político, Norberto Bobbio enfatiza, em A Era dos Direitos, que “não se trata mais, hoje, prioritariamente, de buscar os fundamentos dos direitos humanos, mas de criar as condições para que sejam realizados”. O Programa Nacional de Direitos Humanos em sua primeira versão, de 1996, era centrado em direitos civis. Já a segunda edição, de 2002, apresentava em seu bojo as dimensões econômica e social. A terceira edição, de 2009, abordou questões complexas que há muito tempo deveriam ter sido enfrentadas, tais como a autonomia das mulheres, o casamento homossexual com adoção de crianças por casais homoafetivos, a distribuição da terra e o direito de estabelecer a memória e a verdade sobre o período da ditadura militar. O texto do PNDH 3 apresenta, portanto, enfoque na reparação das desigualdades produzidas por uma hegemonia racista, machista, homoles-transfó bica, como uma dimensão essencial dos direitos humanos.

A Constituição Brasileira de 1988 estabelece no Art. 3º que dentre os objetivos fundamentais estão a construção de uma sociedade livre, justa, solidária, a erradicação da pobreza e da marginalidade, a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer forma de discriminação. O Estado brasileiro é signatário de diversos tratados e pactos internacionais de direitos humanos.

De fato, o que ficou nítido nas inquietações do artigo do deputado federal tucano, publicado neste espaço com o título “Direitos humanos dos petistas”, foi o receio de descortinar o recente passado inglório do Estado brasileiro. Mudanças dependem do ordenamento jurídico e passam necessariamente pelo processo legislativo, não é um mero decreto presidencial que publica um programa, produto de uma conferência, que vai implementálo por si só. Por que, então, tanto protesto e contestação? Trata-se do temor ao efetivo exercício da cidadania daqueles que nunca acreditaram ou investiram nela, mas a utilizam como recurso retórico de justificação e disfarce deste mundo tão desigual. É o grito de quem não admite ter perdido mais uma batalha e vê-se na iminência de perder a próxima.

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